AUGUSTO PIRES

Dicas, Religião, informação e Ciências...

domingo, 23 de outubro de 2011

Paula Fernandes e Dominguinhos - Caminhoneiro (Emoções Sertanejas

sábado, 15 de outubro de 2011

O Amor é a maior força que existe no Universo. A Força do Amor. Raimundo Pereira da Paixão



Em 1975, quando fui a Porto Velho beber o Vegetal pela primeira vez, minha aparência era bem diferente. Viajava havia mais de três meses pelos rios da Amazônia, estava com o cabelo grande, a barba por fazer, os pés descalços – havia perdido minhas sandálias no barco – e uma mochila imunda nas costas. Para complicar ainda mais a impressão que eu causava, o cheiro de álcool e os olhos arregalados denunciavam meus hábitos.

Era hora do almoço quando cheguei à casa de mestre Paixão. Ele simplesmente abriu-me seus braços e disse:

– Entre, a casa é sua. Vamos almoçar.

Foi a primeira casa de caboclo que encontrei na União do Vegetal. Aquele gesto simples de um amigo que eu nem sequer conhecia foi essencial para que eu firmasse a decisão de conhecer o Vegetal.

No leito do hospital, ao ver seu rosto magro emoldurado por uma aura de paz e claridade, estas foram as primeiras lembranças que me vieram ao coração. E sei que tantos outros irmãos se beneficiaram igualmente da hospitalidade e da gentileza desse homem de bem.

A meu lado, encontra-se o Dr. Otávio, médico e conselheiro na UDV; por ele externo minha gratidão a todo o corpo clínico da União do Vegetal, que se empenhou sobremaneira na recuperação da saúde de mestre Paixão. Os cuidados médicos e o apoio da irmandade proporcionaram-lhe alguns anos a mais e um desencarnamento sereno.

Nos derradeiros anos de vida, em que sucessivas vezes fora internado em estado gravíssimo, os médicos se admiravam de ver uma pessoa com tantos problemas ainda continuar vivo. A ponto de um médico respeitado e de grande conhecimento na linha kardecista afirmar:

– O que o mantém vivo certamente é o querer continuar no cumprimento de sua missão espiritual.

Um exemplo demonstra a veracidade dessas palavras. Mesmo com a dificuldade respiratória, cada vez mais acentuada, aceitou o cargo de mestre representante do núcleo Templo de Salomão, em Porto Velho, Rondônia, de 2004 a 2009, cumprindo integralmente dois mandatos. E o fez com o mesmo sentimento de lealdade e passibilidade. Mas o que será passibilidade?

O que só foi encontrado em mestre Paixão

Raimundo Pereira da Paixão nasceu no dia 8

de abril de 1933, na cidade de Salva Terra,

Pará. Veio para Porto Velho com 14 anos e começou a participar do batuque de São Benedito, que pertencia a uma senhora conhecida como Chica Macaxeira. Naquele local, encontrou outro frequentador, de quem se tornaria grande amigo: José Gabriel da Costa, o “seu Gabriel”. Dele ouviu uma revelação obtida no jogo de búzios a respeito da convivência com D. Severina. Ele conta:

– Mestre Gabriel disse que sim, que nós iríamos nos casar, mas teríamos uma fase muito difícil. E, se nós conseguíssemos atravessar aquela fase, então viveríamos juntos até o desencarnamento. Foi o que aconteceu.

Casou-se com Severina Barbosa em 1964. Em 27 anos de convivência, criaram cinco filhos: Ivete, Ivo, Silas, Janaína e Luciano, todos com o sobrenome Barbosa da Paixão. Ela desencarnou em 21 de setembro de 1990.

José Gabriel viajou para os seringais. Depois de três anos, quando voltou definitivamente para Porto Velho, trouxe o Vegetal e convidou o “Raimundinho” – como era carinhosamente chamado por Mestre Gabriel – para conhecer a União do Vegetal. E o advertiu para que não ingerisse bebida alcoólica no dia. “Seu Raimundinho” demorou um ano até aceitar o convite, pois toda vez que dele se lembrava já tinha ingerido bebida alcoólica.

No dia 18 de novembro de 1966, foi até a casa de Mestre Gabriel, com sua esposa, Severina. Recebeu o Vegetal das mãos de Waldemar Santos, o mestre Santos.

Por ter frequentado por mais de 30 anos os terreiros de batuque – onde dizia receber uma entidade conhecida como Cabocla Mariana –, teve dificuldades de aceitar “seu Gabriel” como mestre – devido, ainda, à amizade que tinham, anterior à União do Vegetal.

Mestre Gabriel, para arrebanhar seu discípulo, levou-o por dentro da burracheira até o mar, onde pelos encantos da natureza sentiu a paz e as belezas do reino da Princesa Mariana. E se encantou:

– Me vi na beira do mar, com uma areia que parecia goma. E vi aquela onda e, em cima dela, se apresentar Janaína, vestida toda de azul, com as mãos cheias de pérolas, jogando elas para mim. Estava com aquela coroa brilhante na cabeça. Ela mexia a cabeça e eu via aqueles focos de luz resplandecentes.

Menos de um ano após beber o Vegetal pela primeira vez, recebeu a estrela de mestre pela União do Vegetal, no dia 14 de setembro de 1967. Mestre Gabriel:

– Eu procurei dentro de todo mundo, eu não procurei a capacidade de ninguém, que eu sei de todos. Procurei foi a passibilidade. E só encontrei nele [mestre Paixão]. Então entreguei. Não entreguei por tempo e disse: ele continua não sei até quando.

Raimundo Pereira da Paixão ficou na Representação por mais de dois anos. Em 1969, mestre Raimundo Carneiro Braga volta à Representação. Em 31 de outubro, mestre Raimundo Monteiro de Souza recebeu a Representação e permaneceu no cargo até maio de 1971.

Durante todo esse período, mestre Paixão continua no lugar de Representante – na época, um lugar distinto ao da Representação –, auxiliando diretamente os mestres que estavam à frente dos trabalhos, na Representação, em cada período. Este procedimento deu início às funções de mestre assistente, como temos atualmente. No dia 22 de julho de 1971, após mestre Paixão ter entregado o cargo de Representante, Mestre Gabriel institui o rodízio da faixa do assistente, para que todos pudessem sentir o peso da Representação.

A passibilidade encontrada por Mestre Gabriel em seu amigo

Estritamente, passibilidade significa “qualidade do que é passível”. Que significado Mestre Gabriel emprestou a essa palavra para usá-la nesse contexto? Estudando mais detidamente suas raízes etimológicas, chegamos a “passivo”, àquilo que é “suscetível de paixão (dor)” e, mais ainda, à qualidade de “sofrer”, de “pacientar”. Ou seja, em um sentido expandido, a passibilidade pode ser compreendida como a qualidade de suportar a dor com paciência.

Transportando para o universo da União do Vegetal, chegamos à habilidade no exercício da paz, pois é na tempestade que se conhece o bom marinheiro, é nos momentos mais difíceis que a paz se faz mais necessária – quando a virtude de saber cultivar a paz se faz rara e preciosa. Certamente haverá outras compreensões, porém há uma palavra, um sentimento comum a todas as compreensões que a palavra passibilidade pode oferecer – e que dela deriva: a Paz.

Valho-me dos exemplos que mestre Paixão edificou no núcleo Samaúma, quando lá chegou com a conselheira Severina e os filhos para auxiliar seus irmãos de luz. E, para isso, utilizo-me de um depoimento da conselheira Else, que vivenciou toda essa belíssima história:

– Em 29 de julho de 1978, mestre Paixão e sua família chegaram a São Paulo, trazendo 40 litros de vegetal, dois sacos de mariri, uma boa quantidade de chacrona e a incumbência de reorganizar o núcleo Samaúma. Chegou de mansinho, com jeito observador e sem muito criticar. Cativou a todos com seu coração amigo e fez os paulistas entenderem um pouco mais do jeito nortista. E assim entramos em contato com a UDV deixada pelo Mestre Gabriel. Aos poucos, fez com que as pessoas se identificassem com a religião criada por José Gabriel da Costa e seus discípulos. Passado algum tempo, as pessoas já viam a UDV sob novo prisma. E começou-se a pensar em construir um templo.

Em setembro de 1979, mestre Mário Arnaldo Piacentini e sua filha Else Angélica Piacentini Medeiros doaram à UDV um terreno de 10.200 m² em Araçariguama, São Paulo, e ofereceram outro local para se beber o chá, vizinho ao terreno. Até então, bebia-se o Vegetal na cidade de Cotia, naquele estado.

Em alguns meses, mestre Paixão fez as pessoas sentirem o dever de construir um lugar próprio para beber o vegetal. Disse que, se fosse preciso, suspenderia as sessões até que se tivesse esse lugar para realizá-las. Iniciou-se então um grande esforço concentrado para angariar fundos e construir o templo.

Com sua mudança para São Paulo, em 1978, Raimundo Pereira da Paixão exerceu mais uma função: a de mestre central da região, que acumulou com a de mestre representante. Sua estadia naquela cidade contribuiu em muito para a formação dos discípulos, muitos deles ocupando hoje cargos de direção no Centro. Destacou-se, além disso, pela criação de novos núcleos naquela região; são eles: Lupunamanta (Campinas/SP), Senhora Santana (Campo Grande/MS), São Cosmo e São Damião (Curitiba/PR), Rainha das Águas (Caldas/MG) e São João Batista (São Paulo/SP).

O trabalho de mestre Paixão está igualmente enraizado no núcleo João Lango Moura, em Rio Branco, Acre, desde sua fundação. Fez inúmeras viagens àquela cidade para auxiliar mestre Luís Máximo a formar futuros dirigentes daquele núcleo.

Mais recentemente, por esse mesmo sentimento de passibilidade, foi o mestre designado para receber a representação do pré-núcleo Templo de Salomão, em Porto Velho, surgido após a integração da OTUS à União do Vegetal. E cumpriu a missão com a amorosidade que lhe era tão natural.

Integrava o Conselho de Recordação dos Ensinos de Mestre Gabriel, onde tinha participação sempre serena, pautada pelo respeito a seus pares.

Outro importante trabalho que merece ser registrado é seu Caderno de Anotações. Por esse caderno, singelo e sincero, temos o registro de acontecimentos importantes dos primórdios da União do Vegetal. É dele também a iniciativa da criação do Departamento de Memória e Documentação (DMD) da UDV.

Um homem bem-aventurado

Mestre Paixão atravessou desertos e enfrentou fortes tempestades. Por vezes, seu corpo alquebrado parecia não resistir a tantas agruras. No entanto, jamais perdeu sua bússola, que apontava para o norte onde brilha uma estrela na constelação da nação Caianinha. E se fez caminhante em busca de si mesmo.

Encontrou em Mestre Gabriel um amigo que o compreendeu e lhe deu forças para se manter no caminho do bem. De seu sincero relacionamento com Mestre Gabriel ficou um exemplo a ser seguido: a tolerância. Recebeu, também, de tantos amigos que fez na União do Vegetal, o auxílio necessário para a melhoria de sua qualidade de vida.

Encontrou, ainda, em seus filhos e em sua esposa, a conselheira Eva, que o acompanhou – paciente, dedicada e amorosamente – desde 1995, um amor tranquilo e constante. Deste amor haverão de se espalhar as flores e os frutos.

Nesse momento, elevamos o pensamento e buscamos nas palavras de Jesus – “Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra” – o conforto espiritual de que tanto precisamos.

Despediu-se da terra um homem bom, de coração manso e olhar compassivo, de mãos firmes no servir. Sim, ele possuiu o que de melhor tem na terra: o perdão e o amor; a paciência e a concórdia; e distribuiu estas estrelas silenciosamente, como convém a quem nada espera, além de curvar sua fronte perante o Pai Celestial.

Sim, um homem manso possuiu na terra o cristalino perdão e o amor redivivo e os distribuiu generosa e humildemente, como se abre no deserto uma fonte, uma flor.

Mestre Paixão segue sua viagem em direção às bem-aventuranças de Jesus e ao encontro de seu amigo, compadre e Mestre, José Gabriel da Costa. Ficamos com sua herança de Luz, Paz e Amor. É este nosso conforto, o aroma suave das rosas que ele plantou.

Brasília/DF, Lua Cheia, set. 2011


POSTAGEM EXTRAÍDA DO BLOG: http://www.udv.org.br/blog/


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prefeita Marilete Vitorino visita a Aldeia Nova Esperança



A prefeita Marilete Vitorino e equipe composta por assessores e lideranças indígenas das Aldeias do Caucho e 27, realizaram visita neste final de semana, à Aldeia Nova Esperança, comunidade indígena Yawanawa, localizada às margens do alto Rio Gregório. A prefeita e equipe subiram o rio 7 horas de barco e foram recepcionados pelo cacique Biracy e indígenas vestidos a caráter. A equipe chegou ao local de destino abeirando a pernoitou e retornou no sábado.“A prefeita Marilete Vitorino tem sido uma surpresa pra nós, tem provado ter competência como gestora pública. Quero ressaltar que desde sua fundação, Aldeia Nova Esperança nunca teve uma relação com a prefeitura de Tarauacá. Agora espero que essa visita da prefeita possa estreitar esse laço resultante em parcerias entre a prefeitura e nosso povo,” destaca a Cacique Biracy.“Ouvir as comunidades não é tempo perdido, é importante conversar e participar junto com a esse povo dos problemas enfrentados por eles, e, o meu governo vai quebrar esse tabu, como disse o líder Biracy, que sua comunidade nunca teve uma relação de parceria com o poder público municipal”, argumenta a prefeita.As lideranças do 27, Manoel Kaxinawa, e o Cacique Nasso Kaxinawa da Aldeia do Caucho, reafirmaram as parcerias firmadas com a prefeitura de Tarauacá e elogiaram o trabalho da prefeita Marilete, por ser uma gestora competente e séria, compromissada com as classes menos favorecidas.

domingo, 9 de outubro de 2011

AS BANDA QUE EMBALARAM O SHOW NA INAUGURAÇÃO DA PONTE




O MÚSICO ÁLAMO KÁRIO DE RIO BRANCO, A BANDA BALADATOP, ECLIPSOM DE TARAUACÁ E SWING DA MATA DE CRUZEIRO DO SUL PRESTIGIARAM ESSE MOMENTO HISTÓRICO EM TARAUACÁ COM UM GRANDE SHOW. A TÃO SONHADA PONTE AGORA É REALIDADE.

sábado, 1 de outubro de 2011

EVALDO FREIRE HOJE NO CHEGA MAIS

É HOJE O SHOW DE EVALDO FREIRE NO CLUBE CHEGA MAIS...O CANTOR DAS MULTIDÕES, O BREGA QUE É POP ESTARÁ SE APRESENTANDO EM DUAS SESSÕES DE SHOWS SÁBADO E SEGUNDA.

GOMES DA ROCHA

HOJE TEM GOMES DA ROCHA FASHION NO NOVENÁRIO SÃO FRANCISCO AO VIVO...PRESTIGIE ESSE MOMENTO NOVO EM NOSSA CIDADE. HOJE LOGO APÓS O LEILÃO TEREMOS MÚSICAS POPULARES, CANÇÕES QUE VOCÊ CONCERTEZA IRÁ GOSTAR DE OUVIR-LAS...OK